domingo, 15 de setembro de 2013

Autor do Blog da Cidadania sofre ameaça de assassinato

Posted by  on 15/09/13 • Categorized as denúncia

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No próximo mês de janeiro (2014), o Blog da Cidadania completará nove anos de atividade – mais de cinco anos hospedado no UOL e mais de três em domínio próprio. Ao longo desse tempo, venho sofrendo agressões e ameaças de todos os tipos, mas sempre via internet – tanto neste Blog quanto em meus perfis em redes sociais.
Até aí, nada demais. Violência retórica na rede é o que mais existe. Ocorre o tempo todo por meio de calunia, injúria, difamação e, inclusive, ameaças de violência física. Todavia, a grande maioria desses atos decorre de “cabeça quente” de pessoas desequilibradas que apelam a tais estratagemas para retaliar quem as irrita tentando inocular-lhe medo.
Nos últimos anos, porém – sobretudo a partir das eleições de 2010 –, esse fenômeno vem aumentando em proporção geométrica.
Há dois anos – mais exatamente em setembro de 2009 –, como as ameaças de violência e a difamação anônima passassem a se tornar extremamente frequentes e ousadas, este blogueiro começou a compor um arquivo que já conta com centenas – isso mesmo, centenas – de postagens de comentários de leitores nesta página e via Twitter.
No campo da agressão moral, o alvo principal tem sido a filha caçula do signatário deste Blog, portadora de paralisia cerebral e que, a partir de 2009, teve um agravamento extremo de sua doença, o que a fez atravessar uma fase de três anos (2009 – 2012) durante os quais ficou mais tempo internada em hospital – muitas vezes na UTI – do que em casa.
No campo da violência física, as ameaças sempre se “limitaram” a “promessas” de espancamento.
Quem procurar bem na internet, encontrará essas ameaças sendo feitas de forma absolutamente explícita. Há, também, mensagens endereçadas à minha conta no Twitter com as mesmas “promessas”. Já os comentários ameaçadores postados aqui, não são publicados. Mas estão todos muito bem guardados.
Dizem que cão que ladra, não morde. A teoria é a de que quem quer cometer uma violência física não manda aviso, pratica. Apesar de saber que não é bem assim porque pessoas mentalmente doentes podem ladrar e morder, este blogueiro sempre entendeu as ameaças como produto de destempero emocional episódico.
Tudo mudou, porém, na manhã deste domingo. A mensagem ameaçadora se limitou à seguinte frase: “Você vai morrer”. A diferença de mensagens anteriores? A ameaça não foi feita pela internet.
Pouco antes de escrever este texto, consultei alguém com conhecimento de causa sobre criminosos, psicopatas ou não. A orientação que recebi foi a de fazer este anúncio sem oferecer maiores detalhes sobre o que aconteceu. Até porque, a ameaça em tela pode não ter passado de uma “brincadeira” visando me desequilibrar.
Sendo esse o caso, devo recomendar aos que vivem fazendo ameaças de agressão física “por brincadeira” de que qualquer alusão a esse tipo de ação criminosa é, por si só, um crime.
Há, por exemplo, alguém que se diz idoso e residente no interior de São Paulo que envia dezenas de mensagens ameaçadoras todos os dias. Afirma que não tem condições físicas para me agredir, mas que ainda vai me ver sendo agredido.
O fato de alguém dizer que não tem condições próprias de cometer um crime violento não significa que não possa cometê-lo usando capangas, por exemplo. Mas esse indivíduo parece não passar de alguém com evidentes problemas emocionais. Parece, apenas parece…
Com efeito, o que me leva a escrever este post é o fato de que, pela primeira vez, uma ameaça saiu da internet.
Devo, pois, tornar público que, se algo me acontecer, o arquivo com as agressões morais e com as ameaças de violência que venho sofrendo há anos foi entregue a pessoa de minha confiança que o entregará às autoridades para fins da investigação que resultará da materialização das citadas ameaças à minha integridade física.
Para concluir, aviso que perde seu tempo quem achar que ameaças me farão parar o trabalho que venho fazendo aqui ao longo da última década e no limiar desta. Fazê-lo seria uma espécie de morte, uma morte moral. Por mais que ameaças me causem óbvia preocupação, a mera hipótese de me acovardar me assusta muito mais.

Lula pede retratação da imprensa de mentiras que atingiram Gushiken

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Com Texto Livre: Histerismo com causa

Com Texto Livre: Histerismo com causa: Quem quiser estudar um caso emblemático de manipulação da opinião pública para fins políticos tem hoje um excelente material para pesquis...

segunda-feira, 22 de julho de 2013

PLENÁRIA DE FILIADOS

Plenária de Filiados

Diretório Zona PT Penha

Sábado dia 27/07/2013 às 14h

Local: Rua Felipe Galvão, 366 - V. Granada - Penha


* Obrigatório para novos filiados (2012), que ainda não participaram.

SECRETARIA GERAL                                                               SECRETARIA DE FORMAÇÃO

domingo, 21 de julho de 2013

Com Texto Livre: Ser doutor é mais fácil do que se tornar médico

Com Texto Livre: Ser doutor é mais fácil do que se tornar médico:   O programa “Mais Médicos”, lançado pela presidente Dilma Rousseff, não vai resolver o problema do Sistema Único de Saúde (SUS). Mas pod...

Com Texto Livre: Ser doutor é mais fácil do que se tornar médico

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Diretor do Vox Populi afirma que Datafolha usa amostra errada

Posted by eduguim on 18/07/13 • Categorized as entrevista Buzz ThisPost to Google BuzzBookmark this on DeliciousBookmark this on DiggShare on FriendFeedShare on FacebookShare on LinkedIn Há duas semanas este Blog publicou entrevista com Mauro Paulino, diretor do instituto Datafolha, sobre dúvidas que surgiram na Blogosfera sobre a última pesquisa daquele instituto sobre a imagem da presidente Dilma Rousseff e sobre a corrida para a sucessão presidencial. Segundo alguns blogs, o Datafolha teria usado dados distorcidos sobre escolaridade dos entrevistados por diferirem dos dados oficiais do Tribunal Superior Eleitoral sobre o eleitorado. E como a pesquisa foi eleitoral haveria, aí, uma dúvida sobre sua veracidade. O diretor do Datafolha argumentou que os dados do TSE são defasados e que pela sua própria metodologia o instituto constatou forte queda da presidente em todos os estratos sociais, regiões do país e em todas as faixas etárias e de gênero. Surge, na terça-feira, pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (a 114ª) que deixou de ser feita com o instituto Sensus e agora se vale do instituto MDA. Essa pesquisa acaba confirmando o Datafolha, em larga medida. Agora, o diretor do instituto Vox Populi, doutor Marcos Coimbra, fala ao blog sobre a metodologia do Datafolha, que considera errada, e sobre o quadro político, manifestações e sobre as eleições de 2014. A longa entrevista, que durou cerca de uma hora, você confere abaixo. —– Blog da Cidadania – Doutor Marcos, é um prazer conversar com o senhor. Há muito tempo espero por essa oportunidade porque sou fã de seus artigos e também – por vir acompanhando pesquisas há anos – do trabalho do instituto Vox Populi. Marcos Coimbra – Eduardo, a admiração é recíproca porque também sou seu leitor e admiro muito o seu trabalho. Blog da Cidadania – Obrigado, doutor Marcos. É muito bom saber disso. Quero, então, pedir ao senhor que comente a pesquisa Datafolha divulgada recentemente e também a pesquisa MDA, feita para a Confederação Nacional dos Transportes e divulgada na última terça-feira. Ambas mostraram uma pronunciada queda de aprovação da presidente Dilma Rousseff. Nesse aspecto, também peço seus comentários sobre a explicação que o diretor do Datafolha, doutor Mauro Paulino, deu a dúvidas que surgiram sobre a amostragem do nível de escolaridade de seus entrevistados, pois aquele instituto deu um peso muito maior aos eleitores com nível superior do que aquele que é dado pelo TSE. Segundo o diretor do Datafolha, seu instituto usa uma outra amostragem porque a amostra do TSE, segundo ele, seria “defasada” em relação à realidade atual. O senhor concorda com ele? Marcos Coimbra – Bom, Eduardo, o TSE não tem uma atualização das estatísticas sobre o eleitorado. As suas são baseadas no registro do eleitor ao se cadastrar ou se recadastrar como tal na Justiça Eleitoral a fim de tirar ou renovar o título de eleitor. Nesse sentido, acaba havendo uma sub-representação da parcela do eleitorado que adquire mais escolaridade depois de se registrar na Justiça Eleitoral. Porém, a amostragem que o Datafolha utiliza em suas pesquisas difere alguma coisa da distribuição do eleitorado, a qual o instituto obtém através de fontes censitárias como as PNADs (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) feitas anualmente pelo IBGE… Blog da Cidadania – Doutor Marcos, então o Datafolha usa dados da PNAD, é isso? Marcos Coimbra – Não, não é bem isso. O Datafolha obtém no campo a escolaridade. Não vai para o campo com uma cota de escolaridade, como o Mauro Paulino respondeu à sua indagação. Eles têm apenas o sorteio de alguns setores censitários como o tamanho da população distribuído por diferentes categorias de porte urbano e em cada setor a cota é apenas de gênero e de idade. Então, o que eles têm é uma cota em que o entrevistador [do Datafolha] é obrigado a fazer uma determinada proporção de acordo com as faixas etárias e de acordo com o gênero, mas ele não vai para o campo com uma cota de escolaridade ou de renda ou de qualquer outra informação socioeconômica… Blog da Cidadania – Mas isso não distorce a pesquisa? Porque na pesquisa Datafolha a amostragem de eleitores com nível superior é bem maior do que a do TSE. Marcos Coimbra – É ligeiramente maior… Quer dizer, que a do TSE é realmente muito maior, como você diz, mas não muito maior do que no IBGE. A proporção no IBGE de eleitores com escolaridade superior é um pouco menor do que a do Datafolha, assim como a proporção de eleitores com ensino fundamental é maior. Mas concordo que a amostragem desses dados não deve ser feita com base no registro do eleitor no TSE porque esse registro é de fato defasado, pois conforme o tempo vai passando desde o registro do eleitor na Justiça Eleitoral as pessoas vão adquirindo mais escolaridade. Blog da Cidadania – Sim, isso foi o que disse o doutor Paulino. Nesse aspecto, então a argumentação dele está correta? Marcos Coimbra – Sim, mas o problema na amostra do Datafolha é a não representação da população residente em zona rural. Essa população não é incluída nas sondagens do instituto Datafolha e representa cerca de vinte por cento do eleitorado brasileiro. Ora, se nós estamos discutindo a imagem da presidente Dilma, a população que reside em zona rural – que o Vox Populi e o Ibope pesquisam – dá uma aprovação bem mais alta a ela do que a população residente em zona urbana. Mas também há uma outra discrepância na amostra do Datafolha, na distribuição da população em pequenos municípios, com menos de cinco mil eleitores, onde também é maior a aprovação de Dilma. Então, a discrepância no nível de escolaridade do entrevistado pelo Datafolha é menos impactante do que a discrepância nessas outras variáveis a que me referi. Blog da Cidadania – Então o problema seria quanto aos pequenos municípios e à zona rural? Marcos Coimbra – Explico melhor: o problema é que nós, do Vox Populi, trabalhamos com a distribuição do eleitorado e o Datafolha trabalha com a distribuição da população. Por isso é que existe uma discrepância na representação da parcela residente em municípios pequenos, porque a proporção de eleitores nesses municípios é desproporcional em relação à população em geral. Blog da Cidadania – Isso inclui a zona rural, também, que não aparece… Marcos Coimbra – A zona rural definitivamente não entra na amostra do Datafolha. E existe uma sub-representação de eleitores residentes em municípios de pequeno porte. Em municípios de vinte mil eleitores para baixo, a representação no Datafolha é inadequada. Blog da Cidadania – Doutor Marcos, o Vox Populi vai fazer alguma sondagem sobre a popularidade da presidente e sobre a corrida eleitoral? Marcos Coimbra – Nós vamos divulgar, nos próximos dias, uma sondagem feita em parceria com a revista Carta Capital. Nós já fizemos uma primeira rodada no mês passado e agora estamos fazendo a programação de campo para uma segunda rodada no final de julho. Blog da Cidadania – Sobre a pesquisa MDA, feita para a CNT e divulgada nesta semana – e que apontou quase a mesma forte queda de Dilma –, o senhor sabe se esse instituto usa os parâmetros do Vox Populi ou se usa os do Datafolha? Marcos Coimbra – Não conheço a metodologia do instituto MDA. É apenas a segunda vez que esse instituto divulga um resultado nacional. Até então vinha fazendo pesquisas regionais. [Nota do Blog: o instituto MDA só fez pesquisas para a CNT em junho e em julho]. Blog da Cidadania – Seja como for, então o senhor entende que, mesmo havendo uma queda maior ou menor, houve, sim, uma queda forte na popularidade da presidente Dilma… Marcos Coimbra – Nós concluímos no dia 11 de junho aquela primeira pesquisa que fizemos em parceria com a revista Carta Capital. Foi pouco antes de uma manifestação do Movimento Passe Livre. Então, cerca de dois dias antes daquela manifestação, já se percebia que estava ocorrendo um processo de queda na avaliação positiva do governo e da presidente da República. Em grande parte, aquela queda vinha sendo provocada pela deterioração das expectativas relativas à economia e pela percepção de problemas no que se refere à inflação. Antes de começar esse ciclo de protestos e manifestações o governo federal já estava enfrentando problemas de imagem. Em relação a outras pesquisas nossas, a presidente já vinha enfrentando uma queda mínima de 10 pontos em praticamente todos os setores [Nota do Blog: setores por escolaridade, renda, região, idade e gênero] Blog da Cidadania – Mas doutor Marcos, o noticiário sobre problemas na economia e a própria percepção das pessoas sobre problemas nessa mesma economia não se alterou em maio ou em junho, é uma coisa que já se arrasta há algum tempo. Agora, houve uma queda muito mais abrupta no espaço, vá lá, dos 30 dias de junho. Até que ponto, então, o senhor acredita que as manifestações aprofundaram e aceleraram esse processo de desgaste de imagem de Dilma? Marcos Coimbra – O que ocorre é que o governo entrou nesse momento novo já fragilizado. É verdade que essa fragilização se deveu muito mais à deterioração subjetiva do que objetiva da economia brasileira. Um problema de certa forma crônico que há na economia brasileira e com o qual convivemos desde o Plano Real, que é um nível de inflação na casa de 4, 5 ou 6 por cento ao ano, foi transformado por ação política em um problema agudo, como se estivéssemos atravessando um período de descontrole, descalabro, ameaça de hiperinflação. O alarmismo foi tão grande que no começo do ano começou-se a falar em apagão elétrico, do nada… Blog da Cidadania – Ou seja, o senhor atribui à mídia, ao noticiário, um certo efeito de exacerbar uma situação que não chega a ser tão grave? Marcos Coimbra – Completamente. Nós tivemos uma ação deliberada de desconstrução da imagem do governo fundamentalmente a partir de uma crítica à política econômica que acabou transformando a realidade em um cenário de problema agudo e descontrolado. Blog da Cidadania – Mas doutor Marcos, aí o que a gente não entende é o seguinte: a mídia exacerba os problemas da economia há muito tempo, desde o governo Lula. Por que só agora esse comportamento dos meios de comunicação surtiu efeito? Marcos Coimbra – Bom, primeiro acho que tem havido uma dose “a maior” nessa “cartelização” de opiniões sobre o problema econômico. E acredito que nós estamos chegando a um ano de um período de maior bombardeio e de consequente mais intenso desgaste da imagem do governo. A coalizão governista, o Partido dos Trabalhadores e as lideranças do Partido dos Trabalhadores começaram a sofrer no meio do ano passado com o julgamento do mensalão, que se tornou um assunto obsessivo para a imprensa brasileira. Do ano passado até agora, eu não tenho memória de um período análogo durante o governo Lula. A não ser durante o período de 2005… Blog da Cidadania – Exatamente… Marcos Coimbra – Fora do período de 2005, nem antes e nem depois Lula enfrentou um ano de desgaste tão intenso quanto Dilma enfrentou do julgamento do mensalão em diante, com essa sucessão de críticas à capacidade gerencial do seu governo e, agora, com essas manifestações, vistas claramente, pela mídia, como um sinal de desejo de mudança. E desejo de mudança obviamente que torna alvo quem está no Poder central. Blog da Cidadania – Eu só não entendo, doutor Marcos, é que o problema de mobilidade urbana é um problema que tem muito mais relação com os governos estaduais e municipais do que com o governo federal. E a polícia que intensificou os protestos por conta de sua violência, da sua truculência em São Paulo, é uma polícia controlada pelo governo do Estado de São Paulo. Ora, foi essa polícia que fez essas manifestações adquirirem a dimensão que adquiriram. Então o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, põe a polícia dele na rua para bater no povo e a presidente da República é quem paga o pato? Marcos Coimbra – Não, quem paga é todo mundo. Também houve queda de aprovação de prefeitos e governadores pelo país afora e essa queda tem a ver com uma distribuição mais ou menos difusa de responsabilidades… Blog da Cidadania – Mas a queda da presidente foi muito maior… Marcos Coimbra – No nosso sistema político, a presidente da República acaba sendo mais responsabilizada. A população se acostumou a achar que “isso é coisa da Dilma”, é “coisa do governo federal”. Enfim, é tudo “culpa deles” e nesse “deles” quem se destaca é o presidente, ou, no caso, a presidente da República. Blog da Cidadania – Agora o senhor veja uma coisa. Levantei um dado muito interessante. A entrevista de Roberto Jefferson à Folha de São Paulo em 2005, que foi o que detonou o escândalo do mensalão, foi publicada no dia 6 de junho daquele ano, e foi no mesmo dia 6 de junho deste ano que ocorreu a primeira grande manifestação do Movimento Passe Livre em São Paulo. Em 2005, a popularidade do presidente Lula foi caindo desde junho até dezembro e já no comecinho de 2006 ele se recuperou e venceu a eleição. Que paralelo o senhor traçaria sobre essa coincidência? Afinal, é exatamente ao mesmo tempo de distância da eleição que surge um terremoto político que causa exatamente o mesmo efeito na popularidade do governo e na de seu – ou da sua – titular. Enfim, o senhor acredita em uma recuperação da imagem da presidente ou acha que vivemos um momento novo e que, por isso, não dá para fazer esse link com 2006? Marcos Coimbra – Bom, primeiro acho que é semelhante, sim. Em 2005, as oposições políticas e civis consideraram que o governo não conseguiria chegar a 2006 em condições competitivas. Mas agora, conhecendo a experiência de 2006, acredito que não voltaremos a ter uma coisa semelhante, no sentido de as oposições se acomodarem e esperarem Dilma “sangrar” naturalmente. Elas insistirão na estratégia – ou em uma soma de estratégias – de não dar trégua, de forma a não perderem a eleição de 2014. Temos que entender que a derrota no ano que vem seria muito complicada para as oposições, porque significaria que elas chegariam a 2018 em condições muito difíceis de disputa. Seria preciso até balizar com que nomes elas chegariam até lá. Assim sendo, como Dilma foi adquirindo uma popularidade muito alta, passou a ser fundamental intervir o quanto antes para evitar que o cenário de uma vitória dela em 2014 se consolidasse. Blog da Cidadania – O senhor acha que essas manifestações foram espontâneas ou o senhor vê uma estratégia política, uma utilização dessas massas na luta para recuperar o poder? Até onde se sabe, alguns partidos de esquerda como o PSOL e o PSTU influenciaram as manifestações. Depois essas manifestações foram tomadas, praticamente, pela direita e inclusive por movimentos de ultradireita, tais como neonazistas etc. Haveria alguma estratégia política por trás das manifestações? Marcos Coimbra – Não tenho nenhuma informação que comprove que tudo se deu a partir de uma estratégia concentrada a partir de um núcleo político qualquer, mas isso não quer dizer que as manifestações não acabaram tendo essa consequência de minar a popularidade do governo. Porque, a meu ver, a grande maioria dos manifestantes Brasil afora, o grosso dessas manifestações, sempre foi para o antipetismo. Blog da Cidadania – Daqui até as eleições, que possibilidades o senhor enxerga para o governo retomar a boa condição política que tinha até meados de maio? Marcos Coimbra – Primeiro, nós temos um ano e alguns meses até a eleição. Em um ano, como já vimos em governos anteriores, foi possível se recuperarem. A questão é que os problemas não são basicamente econômicos. Os sinais são confusos. Tenho visto, nos últimos dias, pessoas que não têm nenhuma simpatia pelo governo ou pelo PT dizendo que é muito provável que tenhamos um crescimento na economia deste ano bem maior do que o do ano passado. Assim como é muito provável que tenhamos inflação sob controle até o final do ano. Então, com inflação sob controle, pleno emprego, população com poder de compra alto e crescimento melhor será muito difícil insistir na argumentação de que o país está indo à bancarrota, que foi praticamente o tema desses últimos 3 ou 4 meses. Além disso, a favor de Dilma tem um fator que é muito forte em nossa cultura que é a inércia da reeleição. As pessoas refletem que é até possível que este governo não seja o ideal, mas sabem que os outros políticos que conhecem não fizeram muito melhor. Blog da Cidadania – Só o que preocupa, doutor Marcos, é que não se acredita que a população tenha sentido na pele qualquer tipo de problema antes de ocorrer o terremoto político dos últimos meses. O emprego vem crescendo há muito tempo. Até aqui, o país vem vivendo uma situação de pleno emprego e crescimento da renda. Então, a pergunta é: o que levou um setor da sociedade – acho que o senhor irá concordar que foi uma classe social que foi à rua e não “o povo” – a se manifestar não foi um sentimento de piora na qualidade de vida. A população em geral não perdeu qualidade de vida. Ainda assim, comprou essa ideia de que o país estava indo mal. A queda da popularidade do governo, então, pode ter sido causada por um pico de inflação, aquela história do tomate, ou o que mais, de concreto, pode ter gerado tanto descontentamento? Marcos Coimbra – Veja que não houve uma deterioração objetiva da economia, no sentido de as pessoas sentirem problemas na pele. O que nós estamos falando é que foi construída uma imagem – que é muito mais subjetiva do que objetiva – de que o país estava “indo mal” e um dos “sintomas” desse “estar indo mal” vêm sendo o baixo crescimento da economia e o aumento da inflação. E então esses dois temas foram insistentemente tratados por toda indústria da comunicação nos últimos seis meses e isso teve efeito. Não que as pessoas estivessem vivendo uma crise, mas ficaram com a sensação de que as coisas estavam “indo mal”. Ficaram inseguras em relação ao futuro imediato. É disso que estamos falando. Além disso, a confusão que se criou em algumas cidades, isso contribui para essa sensação de insegurança. Você ver na televisão, ler no jornal, perceber através da internet que tem gente dando tiro… Tem fogo, tem bala, tem fumaça, tem gente morrendo na rua. Isso aumenta muito a sensação de insegurança também entre a parcela da população que não foi para a rua e que não está vivendo uma situação objetiva de piora da própria qualidade de vida. Isso faz a população sentir-se menos satisfeita. Essas pessoas já estavam inseguras com relação à economia, por conta do noticiário, e ficaram mais inseguras ainda quando viram esse cenário que eu não conhecia na história política brasileira a não ser nas manifestações contra a ditadura em 1968, uma coisa remota. Blog da Cidadania – Então o senhor entende que a mídia teve um papel preponderante nessa, digamos assim, desmoralização do governo se valendo de alguns fatos concretos como inflação, baixo crescimento. E o tiro de misericórdia, então, teria sido a ida de um setor da sociedade – ou de uma classe social – à rua, conferindo verossimilhança ao que a mídia diz. Seria mais ou menos isso, doutor Marcos? Marcos Coimbra – É, mais ou menos isso… E, aliás, não é por outra razão que exatamente esses mesmos veículos de comunicação se transformaram em defensores do povo na rua. Coisa que jamais tinham sido na história brasileira. [...] —– Assim, fica concluída a entrevista. Contudo, o doutor Marcos Coimbra cometeu um engano na sua última resposta. Já existiu forte apoio da grande imprensa a movimentos de rua, sim. Essa “grande imprensa” apoiou, com fervor, as manifestações de rua que antecederam o golpe de 1964…

Brasil vive 'esquizofrenia' com protestos, diz 'El País'

BBC17/06/201307h53 Uma análise publicada no jornal espanhol El País nesta segunda-feira diz que os protestos que vêm tomando as ruas das principais capitais brasileiras desde a semana passada causam "perplexidade" dentro e fora do país e geram várias perguntas - e poucas respostas - sobre as razões da situação. "Por enquanto, o que existe é um consenso de que o Brasil, invejado internacionalmente até agora, vive uma espécie de esquizofrenia ou paradoxo que ainda deve ser analisado ou explicado", afirma o artigo, intitulado "Por que o Brasil e agora?". O texto, assinado pelo correspondente do jornal no Rio de Janeiro, Juan Arias, indaga por que agora surge um movimento de protesto quando, ao longo dos últimos dez anos, o Brasil viveu como que "anestesiado" por seu êxito compartilhado e aplaudido mundialmente. "O Brasil está pior do que há dez anos?", pergunta o autor. "Não, está melhor", responde ele, acrescentando que o país está mais rico, tem menos pobres e testemunha o crescimento do seu número de milionários. "É mais democrático e menos desigual", completa Arias. O autor segue com mais perguntas. "Por que saem às ruas para protestar contra a alta dos preços dos transportes públicos jovens que normalmente não usam esses meios porque já têm carros, algo impensável há dez anos? "Por que protestam estudantes de famílias que até pouco tempo não tinham sonhado em ver seus filhos pisarem na universidade?" Um Brasil melhor O texto ainda questiona por que o Brasil, "sempre orgulhoso do futebol, agora parece estar contra o país sediar o Mundial". Na avaliação do autor, a resposta para o paradoxo que hoje vive o Brasil talvez esteja ligada à formação da chamada nova classe média; ao fato de que os pobres que passaram a ter uma vida melhor estão conscientes de ter dado um salto qualitativo na esfera do consumo e agora "querem mais". "Querem, por exemplo, serviços públicos de primeiro mundo; querem uma escola que, além de acolhê-los, lhes ensine com qualidade, o que não existe; querem uma universidade que não seja politizada, ideologizada ou burocrática. Querem que ela seja moderna, viva, que os prepare para o trabalho futuro." Ainda segundo o texto, os brasileiros, "querem hospitais com dignidade, sem meses de espera, onde sejam tratados como seres humanos". "E querem, sobretudo, o que ainda lhes falta politicamente: uma democracia mais madura, em que a polícia não atue como na ditadura". "Querem o impossível? Não", afirma o texto, completando que, ao contrário dos movimentos de 68, "que queriam mudar o mundo", os brasileiros insatisfeitos com o que já alcançaram querem que os serviços públicos sejam como os do primeiro mundo. "Querem um Brasil melhor. Nada mais."

sábado, 20 de julho de 2013

Movimentos Sociais. Wallerstein: Levantes aqui, ali e em toda parte

| 19/07/2013 Immanuel Wallerstein descreve cinco traços comuns aos movimentos políticos que tomam as ruas do mundo. Segundo ele, estamos no meio de uma transição estrutural: de uma economia mundial capitalista que está se esgotando para um novo tipo de sistema. Mas ele pode ser melhor ou pior. Essa seria a batalha real. Immanuel Wallerstein Enviar ! Imprimir ! O levante, agora persistente, na Turquia foi seguido por uma revolta ainda maior no Brasil, que por sua vez foi acompanhada por manifestações menos noticiadas, mas não menos reais, na Bulgária. Obviamente, esses protestos não foram os primeiros, e muito menos os últimos de uma série realmente mundial de revoltas nos últimos anos. Há muitas maneiras de analisar este fenômeno. Eu o vejo como um processo contínuo de algo que começou com a revolução mundial de 1968. É claro que todas as revoltas são particulares em seus detalhes e na correlação de forças interna em cada país. Mas existem certas similaridades que devem ser notadas, se quisermos dar sentido ao que está acontecendo e decidir o que todos nós, como indivíduos e como grupos, deveríamos fazer. A primeira característica em comum é que todas as revoltas tendem a começar muito pequenas — um punhado de pessoas corajosas manifestando-se sobre algo. E então, se elas “pegam”, coisa que é muito imprevisível, tornam-se maciças. De repente, não apenas o governo está sob ataque, mas, em alguma extensão, o Estado enquanto tal. Esses levantes reúnem tanto aqueles que querem a substituição do governo por outro melhor quanto os que questionam a própria legitimidade do Estado. Ambos grupos invocam o tema da democracia e dos direitos humanos, embora sejam variadas as definições que dão a esses dois termos. No conjunto, o tom dessas manifestações começa do lado esquerdo do espectro político. O governo no poder reage, obviamente. Ou ele tenta reprimir as revoltas; ou tenta abrandá-las com algumas concessões; ou faz ambas as coisas. A repressão normalmente funciona, mas algumas vezes é contraproducente para o governo no poder, trazendo ainda mais pessoas às ruas. Concessões geralmente funcionam, mas algumas vezes podem ser ruins para o governo, levando as pessoas a ampliar suas demandas. De modo geral, os governos recorrem à repressão com mais frequência que às concessões. E, também grosso modo, a repressão tende a funcionar em um relativo curto prazo. A segunda característica comum dessas revoltas é que nenhuma delas continua na velocidade máxima por muito tempo. Muitos manifestantes dão-se por vencidos após medidas repressivas. Ou são de alguma maneira cooptados pelo governo. Ou ficam cansados por causa do enorme esforço que as manifestações frequentes requerem. Essa diminuição da intensidade dos protestos é absolutamente normal. Ela não indica uma derrota. Esse é o terceiro fator em comum, nos levantes. Embora terminem, deixam um legado. Mudam algo na política de seus países, e quase sempre para melhor. Forçam a entrada de alguma questão principal — por exemplo, as desigualdades — na agenda pública. Ou fazem crescer o senso de dignidade entre os extratos inferiores da população. Ou ampliam o ceticismo diante da retórica com a qual os governos tendem a encobrir suas políticas. A quarta característica em comum é que, em cada onda de protestos, muitos que se unem ao movimento (especialmente os mais tardios) não chegam para reforçar os objetivos iniciais, mas para pervertê-los — ou para tentar conduzir ao poder político grupos de direita que são distintos daqueles que estão atualmente no poder, mas de maneira alguma mais democráticos ou preocupados com os direitos humanos. O quinto traço em comum é que todos eles acabam envolvidos no jogo geopolítico. Governos poderosos, de fora do país nos quais os tumultos estão ocorrendo, trabalham intensamente (embora nem sempre com sucesso), para ajudar grupos aliados a seus interesses a alcançar o poder. Isso acontece tão frequentemente que uma das questões imediatas sobre cada movimento específico é sempre — ou deveria ser — saber quais suas consequências, em termos do sistema mundial como um todo. Isso é muito difícil, já que os desdobramentos geopolíticos potenciais podem levar alguns a desejar rumos opostos às intenções antiautoritárias originais do movimento. Finalmente, devemos lembrar a respeito deste tema, e de tudo que está acontecendo agora, que estamos no meio de uma transição estrutural: de uma economia mundial capitalista que está se esgotando para um novo tipo de sistema. Mas ele pode ser melhor ou pior. Essa é a batalha real dos próximos vinte a quarenta anos. E a posição a assumir aqui, ali e em qualquer lugar deve ser decidida em função desta grande batalha política mundial. *Publicado originalmente em iwallerstein.com, em 1 de julho de 2013. A tradução é de Gabriela Leite para o OutrasPalavras.

Raízes do Brasil: no levante dos bisturis, ressoa o engenho colonial

19/07/2013 Credite-se à elite brasileira façanhas anteriores dignas de figurar, como figuram, nos rankings da vergonha do nosso tempo. A seleta inclui a resistência histórica à retificação de uma das piores estruturas de renda do planeta. Ademais de levantes bélicos (32,62,64 etc) contra qualquer aroma de interferência num patrimônio de poder e riqueza acumulado por conhecidos métodos de apropriação. O repertório robusto ganha agora um destaque talvez inexcedível em seu simbolismo maculoso. A rebelião dos médicos contra o povo. Sim, os médicos, aos quais o senso comum associa a imagem de um aliado na luta apela vida, hoje lutam nas ruas do Brasil. Contra a adesão de profissionais ao programa ‘Mais Médicos', que busca mitigar o atendimento onde ele inexiste. A iniciativa federal tem uma dimensão estrutural, outra emergencial. A estrutural incorpora as unidades de ensino à política de saúde pública. Prevê um currículo estendido em dois anos de serviços remunerados no SUS. Prevê, ademais, investimentos que dotem os alvos emergenciais de estruturas dignas de atendimento. A ação transitória requisitará contingentes médicos, cerca de 10 mil inicialmente, para servir em 705 municípios onde o atendimento inexiste. Ou naqueles aquém da já deficiente média nacional de 1,8 médico por mil habitantes ( na Inglaterra, pós Tatcher, diga-se, é de 2,7 por mil). Enquadram-se neste caso outros 1.500 municípios. O salário oferecido é de R$ 10 mil. O programa recebeu cerca de 12 mil inscrições. Mas o governo teme a fraude. A sublevação branca incluiria táticas ardilosas: uma corrente de inscrições falsas estaria em operação para inibir o concurso de médicos estrangeiros, sobre os quais os nacionais tem precedência. Consumada a barragem, desistências em massa implodiriam o plano do governo no último dia de inscrição. Desferir o golpe de morte com a manchete do fracasso estrondoso caberia à mídia, com larga experiência no ramo da sabotagem antipopular e antinacional. A engenharia molecular contra a população pobre constrange o Brasil. Cintila no branco da mesquinhez a tradição de uma elite empenhada em se dissociar do que pede solidariedade para existir: nação, democracia, cidadania. O boicote ao ‘Mais Médicos’ não é um ponto fora da curva. Em dezembro de 2006, a coalizão demotucana vingou-se do povo que acabara de rejeita-la nas urnas. Entre vivas de um júbilo sem pejo, derrubou-se a CPMF no Congresso. Nas palavras de Lula (18/07): "No começo do meu segundo mandato, eles tiraram a CPMF. Se somar o meu mandato mais dois anos e meio da Dilma, eles tiraram R$ 350 bilhões da saúde. Tínhamos lançado o programa Mais Saúde. Eles sabiam que tínhamos um programa poderoso e evitaram que fosse colocado em prática". As ruas não viram a rebelião branca defender, então, o investimento em infraestrutura como requisito à boa prática médica, ao contrário de agora. A CPMF era burlada na sua finalidade? Sim, é verdade. Por que não se ergueu a corporação em defesa do projeto do governo de blindar a arrecadação, carimbando o dinheiro com exclusividade para a saúde? O cinismo conservador é useiro em evocar a defesa do interesse nacional e social enquanto procede à demolição virulenta de projetos e governos assim engajados. Encara-se o privilégio de classe como o perímetro da Nação. Aquela que conta. O resto é sertão. A boca do sertão, hoje, é tudo o que não pertence ao circuito estritamente privado. O sertão social pode começar na esquina, sendo tão agreste ao saguão do elevador, quanto Aragarças o foi para os irmãos Villas Boas, nos anos 40, rumo ao Roncador. Sergio Buarque de Holanda anteviu, em 1936, as raízes de um Brasil insulado em elites indiferentes ao destino coletivo. O engenho era um Estado paralelo ao mundo colonial. O fastígio macabro fundou a indiferença da casa-grande aos estalos, gritos e lamentos oriundos da senzala ao lado, metros à vezes, da sala de jantar. Por que os tataranetos se abalariam com a senzala das periferias conflagradas e a dos rincões inaudíveis? Ninguém desfruta 388 anos de escravidão impunemente. Os alicerces do engenho ficaram marmorizados no DNA cultural das nossas elites: nenhum compromisso com o mundo exterior, exceto a pilhagem e a predação; usos e abusos para consumo e enriquecimento. A qualquer custo. O Estado nascido nesse desvão tem duas possibilidades aos olhos das elites: servi-la como extensão de seus interesses ou encarnar o estorvo a ser abatido. A seta do tempo não se quebrou, diz o levante branco contra o 'intervencionismo'. O particularismo enxerga exorbitância em tudo o que requisita espírito público. Mesmo quando está em questão a vida. Se a organização humanitária ‘Médicos Sem Fronteiras' tentasse atuar no Brasil, em ‘realidades que não podem ser negligenciadas', como evoca o projeto que ganhou o Nobel da Paz, em 1999, possivelmente seria retalhada pela revolta dos bisturis. Jalecos patrulham as fronteiras do engenho corporativo; dentro delas não cabem os pobres do Brasil.

Aula Espetáculo Ariano Suassuna

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O TERROR DO NORDESTE: Joaquim Barbosa não precisa mais de auxílio-moradi...

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domingo, 14 de julho de 2013

Íntegra da declaração de Snowden: Uma decisão moral

Enviado por luisnassif, dom, 14/07/2013 - 11:57 Sugerido por Adir Tavares por Edward Snowden [*] Boa-tarde. Meu nome é Ed Snowden. Há pouco mais de um mês, eu tinha família, um lar no paraíso, e vivia com grande conforto. Tinha também meios para, sem qualquer ordem judicial, procurar, avaliar e ler as comunicações de vocês todos. Comunicações de qualquer pessoa, a qualquer momento. É o poder para mudar o destino das pessoas. E também é grave violação da lei. As 4ª e 5ª Emendas da Constituição do meu país, artigo 12 da Declaração Universal dos Direitos Humanos e inúmeros estatutos e tratados proíbem tais sistemas de vigilância generalizada massiva. Enquanto a Constituição dos EUA define esses programas como ilegais, o meu governo argumenta que decisões tomadas por tribunais secretos, que o mundo não tem permissão para ver, legitimam, de algum modo aquele procedimento ilegal. Essas decisões de tribunais secretos corrompem, simplesmente, as noções mais básicas da Justiça – que a Justiça, para ser feita, tem de trabalhar às claras. O imoral não pode ser transformado em moral por força de lei secreta. Acredito no princípio declarado em Nuremberg em 1945: "Os indivíduos têm deveres internacionais que transcendem as obrigações nacionais de obediência. Portanto, cidadãos, indivíduos, têm o dever de violar leis domésticas para impedir que se cometam crimes contra a paz e a humanidade." Assim, fiz o que acreditei ser certo e comecei uma campanha para corrigir essas malfeitorias. Não procurei riqueza para mim. Não procurei vender segredos dos EUA. Não colaborei com qualquer governo estrangeiro para garantir minha segurança. Em vez disso, revelei o que sabia à opinião pública, para que o que nos afeta a todos possa ser discutido por todos à luz do dia e pedi justiça ao mundo. Essa decisão moral de contar à opinião pública sobre a espionagem que nos afeta a todos foi difícil e custosa, mas foi a coisa certa a fazer, e não tenho nenhum arrependimento. Desde aquele momento, o governo e os serviços de inteligência dos EUA vêm tentando converter-me em exemplo, um alerta a todos os outros que possam decidir falar, como eu decidi. Já me converteram em apátrida e estou sendo caçado por meu ato de expressão política. O governo dos EUA pôs meu nome em listas de pessoas proibidas de voar no mundo. Exigiu que Hong Kong me entregasse, em ato contrário às próprias leis, em violação direta do princípio da não devolução – o Direito das Nações. Ameaçou com sanções os países que decidiram defender meus direitos humanos e o sistema de asilo da ONU. O governo dos EUA tomou até a medida, sem precedentes, de ordenar a seu aliados militares que forçassem o pouso de um avião presidencial no qual viajava o presidente de um país latino-americano, para revistá-lo à procura de um refugiado político. Essa perigosa escalada representa uma ameaça não só à dignidade da América Latina, assim como aos direitos básicos de todos os seres humanos, de todas as nações, de viverem livres de perseguição e de buscar asilo e de asilar-se. Contudo, mesmo perante essa agressão historicamente desproporcional, países em todo o mundo ofereceram-me apoio e asilo. Essas nações, entre as quais Rússia, Venezuela, Bolívia, Nicarágua e Equador, têm minha gratidão e meu respeito, por terem sido as primeiras a erguer-se contra as violações de direitos humanos cometidas pelos poderosos, mais do que pelos sem poder. Ao se recusarem a ceder os próprios princípios ante a violência da intimidação, todos esses países se fazem credores do respeito do mundo. Tenho intenção de viajar a cada um desses países, para apresentar meus agradecimentos, pessoalmente, aos governos e aos cidadãos. Anuncio hoje minha aceitação formal de todas as ofertas de apoio ou de asilo que recebi e todas as que venham a ser-me oferecidas no futuro. Com, por exemplo, a garantia de asilo que me deu o presidente Maduro da Venezuela, meu estatuto de asilado é hoje formal – e nenhum estado tem base legal para limitar ou interferir no meu direito de usufruir aquele asilo. Mas, como vimos, alguns governos da Europa Ocidental e estados da América do Norte demonstraram já a sua disposição para agir à margem da lei e esse comportamento persiste ainda hoje. Essa ameaça ilegal torna impossível para mim viajar para a América Latina e ali usufruir o asilo concedido de acordo com os nossos direitos comuns. A intenção manifesta de estados poderosos de agirem contra a lei é uma ameaça contra todos nós e não se pode deixar que se concretize. Assim, peço que me ajudem a obter o direito de livre passagem pelo espaço aéreo das nações necessárias para que se complete em segurança a minha viagem para a América Latina. Também peço asilo à Rússia, até que aqueles estados aceitem obedecer à lei e permitam que eu viaje em segurança. Hoje apresentarei à Rússia o meu pedido de asilo. Espero que seja aceite. Se tiverem perguntas, responderei as que eu puder. Obrigado.

sábado, 13 de julho de 2013

RUDÁ RICCI: As reações do PT esclarecido

RUDÁ RICCI: As reações do PT esclarecido: O PT reagiu de maneira estranha (em relação à sua origem) às manifestações de junho. Seu presidente nacional (não se trata de um intelectu...
Marcos Coimbra: Quem topa a aventura? publicado em 13 de julho de 2013 às 14:52 por Marcos Coimbra, em CartaCapital, via e-mail por Julio Cesar Macedo Amorim Em meio ao desprezo pelos políticos, emergem estrelas como Marina Silva e Joaquim Barbosa, que nem sequer partido têm. Mas os candidatos “não políticos” costumam ser preteridos nas urnas. Constitui verdade acaciana afirmar que é ruim a imagem dos políticos no Brasil. Até as crianças do grupo o sabem e, aliás, compartilham a opinião. Não é idiossincrasia nossa, tampouco decorre de alguma peculiaridade da evolução política brasileira. Mundo afora o mesmo ocorre em países ricos e pobres, de democracia mais ou menos consolidada. Os políticos andam em baixa em todos os lugares. Mas o fenômeno assume aqui feições características. Passamos 20, dos últimos 50 anos, sob uma ditadura, que se instaurou com o pretexto de extirpar a corrupção e a subversão. Seus alvos imediatos foram os partidos e as lideranças políticas, acusadas de uma ou outra. Os generais se fantasiavam de os mais honestos e respeitadores das leis, e melhores como administradores. Durante o autoritarismo, político era quase sinônimo de corrupto e incompetente. Mesmo que já tenha transcorrido três décadas desde a redemocratização, os ecos daquele período ainda estão vivos. Uma parte ponderável de nossa sociedade foi formada em uma cultura que olhava com repúdio aqueles que se dedicavam à política. Muitos entre os muitos jovens aprenderam com seus pais a desconfiar deles e a menosprezá-los. Em junho, nas manifestações de rua da classe média conservadora, os bordões que se ouviam expressavam tais sentimentos. É claro que são muitos os exemplos de políticos que só pensam em ganhar dinheiro ilicitamente, locupletar-se e se eternizar no poder. Assim como são inúmeros os casos de incompetência. O problema brasileiro é, no entanto, maior que no resto do mundo? Terá se agravado recentemente? Pelo que se conhece da experiência internacional e de nossa trajetória, parece que nem uma coisa nem outra. Tivemos, por exemplo, um presidente que sofreu impeachment, mas o mesmo aconteceu nos EUA. Nossos partidos foram acusados de se financiar de maneira irregular, algo, porém, que volta e meia ocorre em democracia maduras, como a Alemanha e a França. E nem temos famílias reais que traficam influência, como a Espanha e a Holanda. Dizer que a corrupção e a incompetência dos políticos brasileiros aumentaram nos últimos anos é simples ignorância ou ação política deliberada. Ao contrário do que pensa o cidadão pouco informado, os mecanismos de controle do uso dos recursos públicos são mais eficazes hoje que no passado e são melhores as safras mais recentes de administradores em municípios, estados e União. Ao contrário de ter piorado, avançamos nesse aspecto. Então, o que ocorre? Por que a grita contra “os políticos”? Por que diminui a aprovação de prefeitos, governadores e da presidenta? Por que sobem nas pesquisas de intenção de voto para a próxima eleição presidencial apenas os candidatos não políticos e caem os candidatos de verdade? Por que as estrelas das últimas pesquisas foram Marina Silva e Joaquim Barbosa, que nem sequer partido têm? Nossa vida política é curiosa. No segundo mandato de FHC, o país ficou em sobressalto permanente: uma crise cambial aguda, trocas atabalhoadas de presidentes do Banco Central, denúncias de que autoridades econômicas passaram informações a bancos particulares, a ameaça de um calamitoso apagão elétrico, a inflação voltando a ser voraz. Tudo em um governo suspeito de ter comprado votos na Câmara de Deputados para conseguir permanecer no poder. Onde estava a “grande mídia”? O que escreveram os colunistas que hoje se proclamam indignados? Onde estavam os ministros da Suprema Corte? E a Procuradoria-Geral da República? E a classe média “manifestante”? Quietos e calados. No fundo, tudo o que querem, desde quando começaram a gritar de um ano para cá, é derrotar o “lulopetismo”. Mas não sabem dosar a munição. Atingem o conjunto do sistema político e abrem o caminho para aventuras de alto risco. Resta-nos lembrar que a maioria do eleitorado brasileiro até finge que vota em gente que não é do ramo. Quem não se recorda da dianteira de Celso Russomano na eleição municipal de São Paulo, em 2012? Ou de Ratinho Junior em Curitiba? Mas quem foi que ganhou nas duas cidades? Na hora de escolher alguém para um cargo executivo importante, o eleitor pensa com seriedade. A menos que o impeçam, é o que fará em 2014.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Cenário de 2014 mudou, mas é ilusão acreditar que PT e governo ficarão imobilizados

http://www.zedirceu.com.br/templates/template_blog/imagens/tit_blogdoze.gif Publicado em 08-Jul-2013 Muito tem se falado das mudanças no cenário eleitoral de 2014 após as manifestações nas ruas do mês de junho. Neste fim de semana, por exemplo, os jornalões destacaram que as alianças em torno da candidatura da presidenta Dilma Rousseff estão seriamente ameaçadas. É evidente que o cenário de 2014 mudou, mas ainda é cedo para saber o quanto e em que direção. Há muita gente indo ao pote com muita sede, mas nada indica que serão beneficiados, já que uma candidatura do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, tira votos de Marina Silva, beneficiada com a queda da presidenta, e de Aécio, que é pré-candidato com o partido dividido. Fora o fato de que Serra é candidatíssimo. Dilma, Lula e o PT, com mais ou menos aliados, ainda são os favoritos e há muita água para passar embaixo da ponte até julho do ano que vem. O cenário de uma economia em dificuldades e a presidenta perdendo a popularidade, que era apresentado como uma condição por importantes dirigentes do PSB para lançarem-se à disputa, agora é um fato. Resta saber se o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, será ou não candidato e com quem vai se aliar. A ilusão de quem pegou carona eleitoral nas manifestações Acreditar no cenário com Lula e o PT sem reagir aos adversários, que não foram poupados nas manifestações de junho, e o governo imobilizado – que deve aproveitar a crise política e se reformar – é ilusão típica de quem pegou carona nas manifestações com o único objetivo de desgastá-lo e desestabilizá-lo, além de se aproveitar eleitoralmente dos protestos legítimos e com uma pauta que agora a oposição e seus aliados na mídia rejeitam: o plebiscito e reforma política contra a corrupção, mais Estado, mais e melhores serviços de saúde e educação, transporte, cultura e lazer. Menos preconceito, mais democracia. Não querem o plebiscito porque temem o debate sem a mediação e a intermediação dos donos da mídia sobre o Estado brasileiro e a sua reforma, sobre política de gestão, sobre a crise mundial e seus reflexos no Brasil, sobre as manifestações e suas causas. Escondem que são contra a reforma política e contra mais Estado, são a favor da privatização, do corte de gastos. Inclusive na saúde e na educação, nas quais cada dia têm mais negócios, como o grupo Abril – ponta de lança do conservadorismo, não apenas político, mas social e moral –, que se opôs, por exemplo, ao desarmamento, deixando o pais desarmado frente à violência que hoje domina cidades como São Paulo, sede da revista VEJA, que agora se opõe à consulta popular, propõe o fim do voto universal, estimula o golpismo e sonha com a volta do tucanato no poder, quando mandava e desmandava no governo