sábado, 28 de maio de 2011

Obras anti-enchentes ficam só no papel na Capital

Atuação Temática - Saneamento - Incompetência - 27/05/2011

Governo do Estado e Prefeitura de São Paulo estão com os cronogramas de obras em locais de enchentes atrasados. Algumas obras, inclusive, tiveram licitação cancelada. Como isso, a previsão é de que a Capital sofrerá novos transtornos quando chegar o período das chuvas.

O governo do Estado anunciou o início de obra de desassoreamento da calha do rio Tietê, que só deve terminar em janeiro de 2013. N gestão anterior de Alckmin, em 2006, foram desembolsados dos cofres públicos R$ 2 bilhões para alargar o Tietê e a promessa de Alckmin de que o rio não voltaria a transbordar não se cumpriu.

Atualmente, o contrato usado para as obras do rio apresenta problemas. O contrato inicial já foi aditado pelo DAEE em 52%, sendo que o limite legal, teoricamente, é de 25%. Este fato é alvo de representação dos deputados do PT ao Ministério Público.

Leia abaixo reportagem publicada no jornal O Estado de São Paulo – 27/5/2011

Obras em locais de enchente ficam só no papel

As obras de combate a enchentes em quatro pontos críticos da capital ainda não começaram e as cenas de alagamento devem atormentar novamente os paulistanos no próximo verão. Em abril, a Prefeitura cancelou a licitação para a construção de dois piscinões na região da Avenida 9 de Julho, no centro. Um novo projeto está em elaboração, informou a Administração municipal.

O piscinão na Vila Madalena e a implantação de galerias na região da Pompeia, na zona oeste, ainda não saíram do papel e também estão sem previsão. A Prefeitura não prevê obras de reforço nas galerias do Bom Retiro, que este ano também sofreu com alagamentos.

Nesta quinta-feira (26/5), teve início a limpeza da calha do Rio Tietê, prevista para terminar em janeiro de 2013. Este ano, o rio transbordou três vezes. Mesmo com o início do desassoreamento, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que não é possível garantir que a marginal estará livre de alagamento no verão.

9 de Julho e V. Madalena

Segundo o engenheiro e consultor em macrodrenagem Aluísio Pardo Canholi, a construção de reservatórios na região da 9 de Julho é a solução mais viável contra os alagamentos. "A avenida está perto de encostas muito íngremes e os alagamentos acontecem rápido. A solução óbvia é o reservatório." Os piscinões, disse o engenheiro, ajudariam a evitar, por exemplo, o alagamento do Túnel do Anhangabaú. "Também é preciso reforçar a estrutura nas galerias da região, construídas há 60 anos."

Na Vila Madalena, a Prefeitura prevê a construção de um piscinão na Praça General Oliveira Álvares, mas ainda espera pela licença ambiental para fazer a licitação. O projeto do piscinão começou a ser desenvolvido em 2003, na gestão da prefeita Marta Suplicy, mas ainda não saiu do papel. A ideia voltou a ser discutida na gestão Kassab, mas está longe de ser unanimidade entre os moradores. A Associação Amigos do Jardim das Bandeiras entrou com pedido no Ministério Público contra a obra porque, segundo a entidade, o piscinão só resolveria o problema por cerca de 20 anos.

Pompeia e Bom Retiro

Os alagamentos na Avenida Pompeia também estão longe de uma solução. "A Prefeitura pretende instalar um túnel para escoar a água até o Tietê, mas é preciso estudar também a necessidade de um piscinão", disse o engenheiro Canholi. A Operação Água Branca prevê R$ 142 milhões para construção de galerias nas Avenidas Pompeia e Sumaré e para levar a água para o Tietê. Mas não há prazo para as obras.

Para a região do Bom Retiro, o especialista acredita que seria necessário reforçar as galerias. "Como a região está próxima do Tietê, é possível fazer um túnel para ajudar no escoamento." Em 2010, houve a reforma da galeria na Rua Prates, mas não foi o suficiente para conter as cheias no bairro este ano.

Rio Tietê

A obra de desassoreamento do Tietê prevê investimentos de R$ 107,6 milhões. A limpeza ocorrerá em um trecho de 41 km entre a Barragem da Penha, na zona leste, e o lago da Barragem Edgard de Souza, em Santana de Parnaíba, na Grande São Paulo.

De acordo com o governador, a meta é retirar 2,7 milhões de metros cúbicos de sedimentos até janeiro de 2013.

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