terça-feira, 10 de maio de 2011

Por uma Copa do Mundo da inclusão social em São Paulo

A notícia de que a Copa do Mundo de 2014 será realizada no Brasil gerou uma enorme expectativa popular positiva como há muito não víamos. Para o cidadão paulista e, mais especificamente, para quem mora na Zona Leste da Capital, pensar que o evento de Abertura da Copa acontecerá no local gera um sentimento misturado de orgulho e emoção.

Na cabeça do morador da região que abriga 4 milhões de habitantes e é considerada “dormitório”, ter um estádio moderno e novinho em folha, receber investimentos para melhorar a infraestrutura viária, ampliar a mobilidade urbana, receber novos equipamentos públicos e privados, ou seja, um conjunto de obras e serviços que trarão consigo qualidade de vida e oportunidades de emprego e melhoria de renda para a população local, é um sonho que se imaginava inalcançável a curto prazo.

Veja, amigo leitor, o tamanho da responsabilidade das autoridades públicas e dos dirigentes das entidades ligadas ao futebol para que essa expectativa criada se materialize e não vire uma enorme frustração!

Frustração que, se as providências não forem tomadas a tempo, poderia atingir, de um lado, os moradores da Grande São Paulo por não ter o evento e consequentemente as melhorias e, de outro lado, os atuais moradores que chegaram nesta região há muitas décadas, que lutaram para construir suas casas e formar suas famílias, que fundaram comunidades, que realizaram investimentos e fizeram lutas para melhorar os serviços e conquistar equipamentos públicos e os que tem sua vida organizada na região, não puderem usufruir dos benefícios trazidos pela Copa do Mundo.

Assim, penso que os dirigentes de entidades responsáveis pelo evento e as autoridades públicas das esferas de governo municipal e estadual, bem como as lideranças da sociedades civil organizada, da cidade e da região, precisam trabalhar em duas frentes: primeiro, garantir que se resolvam a tempo todos os processos burocráticos e equações financeiras e os projetos específicos de investimentos públicos e privados, de forma transparente, para que a Abertura da Copa do Mundo e outros jogos possam acontecer em Itaquera; segundo, tomar providências para que os moradores da região possam ser beneficiados pelas intervenções urbanísticas e pelos serviços que deverão ser incrementados, não se permitindo, por exemplo, despejos forçados dos atuais moradores do entorno e que os postos de trabalho que serão gerados possam contemplá-los prioritariamente.

A Copa do Mundo no Brasil precisa deixar um legado positivo e sustentável em todas as cidades que abrigarão seus jogos e demais eventos, para que de fato seja a Copa da Inclusão Social.

Com o objetivo de discutir estas ideias é que realizaremos na Assembleia Legislativa de São Paulo, dia 06 de maio, das 9 às 13 horas, um seminário que contará com a presença de representantes das três esferas de governo, demais autoridades e lideranças sociais. Penso que, para que a Copa do Mundo na Zona Leste não gere frustrações, é preciso a participação de todos nós. Assim, o sonho se tornará realidade.

Simão Pedro é deputado estadual pelo PT-SP

Nenhum comentário:

Postar um comentário