domingo, 26 de junho de 2011

Filho de repórter da Globo não é de FHC, revela DNA

25/06/2011 - 12h57 - MÔNICA BERGAMO

A Colunista da Folha de São Paulo traz hoje a informação de que o filho que FHC teve fora do casamento e que foi reconhecido pelo pai, na verdade não é seu, conforme atesta exame de DNA.

Dois testes de DNA, feitos em São Paulo e em Nova York, revelaram que Tomás Dutra Schmidt, filho da jornalista Miriam Dutra, da TV Globo, não é filho do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Em 2009, FHC reconheceu Tomás como filho num cartório em Madri, na Espanha.

O jovem, que hoje tem 18 anos, pode usar o documento a qualquer momento para colocar o nome do ex-presidente em sua certidão, segundo interlocutores de FHC. A informação sobre os testes foi publicada na coluna Radar, da revista "Veja".

Depois que o documento já estava pronto, os três filhos do tucano com Ruth Cardoso --Paulo Henrique, Beatriz e Luciana-- pediram ao pai que fizesse um exame que comprovasse que Tomás era mesmo filho dele.

O ex-presidente concordou, imaginando com isso colocar fim a qualquer possibilidade de desentendimento entre os irmãos e Tomás.

O primeiro teste foi feito no fim do ano passado, em São Paulo. A saliva de FHC foi recolhida em São Paulo, e a de Tomás, em Washington, nos EUA, onde estuda, por meio do representante do escritório do advogado brasileiro Sergio Bermudes, que cuidou tanto do reconhecimento quanto dos testes feitos.

O primeiro exame deu negativo. FHC decidiu então se encontrar com Tomás em Nova York para um novo teste, que também deu negativo.

Fernando Henrique Cardoso estava disposto a manter a história restrita a seus familiares. De acordo com interlocutores do ex-presidente, ele acha que o exame é uma mera negativa biológica, e não jurídica.

Ele está disposto a manter o reconhecimento de Tomás.

Seus herdeiros, no futuro, poderão questionar a paternidade com base nos testes de DNA.

O ex-presidente não falará nada sobre o assunto, pois entende que diz respeito apenas à sua vida privada.

FHC entre o público e o privado
Enviado por luisnassif, dom, 26/06/2011 - 16:51
Por Ricardo R.

Não é de meu feitio fazer ofensas pessoais, e neste espaço de consciência permanecerei.

Quero apenas deslindar o tipo de argumento a ser construído pela velha mídia e por comentaristas de blogs, como o que foi brindado com um post aqui no blog do Nassif.

O argumento é simples e muitos já o percebem: tentar igualar FHC a Lula. O que deriva disto é a tentativa de estabelecer o governo de Lula como uma continuidade do governo de FHC. Obviamente, isto é verdade, já que um veio após o outro. O que deve ser feito, a meu ver, é desmascarar a forma como isto é feito.

O ex-presidente FHC encontra amplo espaço para expôr suas ideias e ataques ao ex-presidente Lula desde o tempo no qual o último ainda era presidente. A agenda política da oposição é ditada ainda, em grande parte, pelo que FHC diz e escreve na mídia. Podemos ver claramente que há uma necessidade em desconstruir a imagem de Lula no imaginário popular, assim como há o intúito claro de reconstrução da imagem de FHC. A repetição de "verdades" é uma estratégia utilizada. Quem criou o Real? Quem criou o Bolsa Família? Quem principiou a estabilidade econômica no País? Com a ajuda da velha mídia, FHC reclama para sí a autoria destes feitos. O que ele e a velha mídia querem esquecer é a História. FHC, depois de seu último mandato como presidente, deixou um legado nefando de dívidas, crises, privatizações de setores estratégicos, violência contra povos indígenas, trabalhadores e estudantes, desrespeito a aposentados, moeda e posição internacional do país enfraquecidas etc. Daí nasce a necessidade de reconstrução da História levada a cabo pela velha mídia em conluio com setores notórios da oposição (PSDB, PFL/DEM, PPS, parte do PMDB e parte do PTB).

É dentro deste contexto que se coloca o escândalo do filho - que não é filho - de FHC com uma jornalista da Globo. Esqueçamos os julgamentos morais por um momento. Parte do discurso articulado por aqueles que defendem a conduta de FHC como "honrada" e "irrepreensivel" é afirmar a o caráter bondoso de FHC por este ter mantido a paternidade mesmo depois de saber que o rapaz não é seu filho, por meio de dois testes de DNA. Na sequência, o discurso descamba para a comparação da atitude de FHC com a de Lula (ví este tipo de comparação em outros blogs), a qual versa a respeito da "superioridade moral" de FHC em comparação a de seu algoz político, Lula ("Lula não quis assumir Lurian"; "Lula foi forçado a assumir a paternidade por que estava em campanha eleitoral, FHC assimiu a paternidade mesmo sem ser pai" etc). Mescladas à estas narrativas, os discursos mais elaborados ainda tentam inserir um falso moralismo que procura fazer críticas à posições válidas sobre a conduta ética do homem público FHC.

O problema não é de esfera privada, como alguns querem fazer valer. O problema é de esfera pública, já que a conduta criticada é a de um homem público, ex-senador, ex-minístro e ex-presidente da república, que teve relação amorosa íntima com uma jornalista da Rede Globo durante o período no qual ainda era parlamentar, o que só aumenta a seriedade do problema. FHC foi quase sempre muito bem tratado pela Rede Globo. Durante seu governo, as verbas de publicidade do governo iam quase todas para as mãos da Rede Globo. Durante o governo Lula, tal posição de privilégio perdeu as forças. O problema que se coloca não é de natureza privada/moral, mas sim de natureza pública/moral. Na vída de um homem público, os liames daquilo que é público e privado são extremamente tênues. Esta é uma condição, e nós, que ficamos expostos às informações propagadas pela mídia, não podemos nos melindrar com nossas próprias percepções - temos que falar e escrever aquilo que pensamos, é claro, sem ofensas pessoais àqueles com com os quais nos engajamos em debate.

Quem escolheu a vida de homem público foi FHC - nós não escolhemos para ele! Ninguém aqui é santo, mas ele que arque com as consequências de suas ações privadas e/ou públicas, já que é um homem público! Fiquemos, portanto, atentos a este objetivo claro de se "reescrever da História" dos anos FHC e dos anos Lula. Estejamos atentos!

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