quarta-feira, 25 de janeiro de 2012


PSDB decide intensificar oposição… a si mesmo


O problema do PSDB não é a dificuldade de se opor. Disposição para a briga há de sobra. O que falta é pontaria. Experimente pensar no tucanato como uma grande família. Ajuda a entender o que se passa.
A família tucana tinha muita vergonha do patriarca Cardoso. Para evitar que incomodasse as visitas com histórias do seu passado, trancavam-no no armário durante as festas.
No aniversário de 80 anos tiveram de soltá-lo. Ninguém entendenderia a ausência do aniversariante. Até dona Dilma, vizinha invejada e odiada, mandou uma carta elogiosa.
Percebeu-se que era falso o temor de que o vovô pudesse envergonhar a família. O armário foi para o sótão. E o ex-prisioneiro passou a ser tratado com inusitada reverência.
Agora, os receios da família concentram-se no tio Serra. Ninguém sabe muito bem como tratá-lo. Alguns riem de sua teimosia. Mas a maioria treme com suas manias.
Nos almoços de família, tio Serra tem o hábito de monopolizar a sobremesa. Já deixou muita gente sem quindim. Imaginou-se que as últimas indigestões lhe inibiriam o apetite. Engano.
Preocupado, vovô Cardoso decidiu liderar um movimento para impedir que o tio incômodo tire o pirulito da boca do sobrinho-neto Aécio. A iniciativa divide a família.
Uma parte alega que tio Serra, mais velho e experiente, tem precedência na fila que leva à mesa de doces. Encorajam-no a avançar sobre o pirulito.
Outra ala acha que esquicitice e gulodice têm limites. Quando levadas a limites extremos, dão mau exemplo às crianças. Tenta-se proteger o jovem Aécio de um novo trauma.
Ninguém quer excluir o tiozão dos compromissos de família. Afinal, ele é da família. Tampouco trama-se deixá-lo sem almoço. Deseja-se apenas que durma no sofá, em prolongada sesta. De preferência antes da sobremesa.
- Em tempo: Ilustração via site do Orlandeli.

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