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DUVANIER MORREU POR FALTA DE UM CHEQUE CAUÇÃO 20/01/2012
Duvanier morreu por falta de um cheque caução
Hospitais Santa Lúcia e Santa Luzia, ambos particulares, negaram atendimento
Escrito por: Vermelho
Todos os dias no Brasil morrem doentes nas portas dos
hospitais, comprovando a crise que vive a saúde do país. Na maioria das
vezes, são hospitais públicos, que em função da falta de investimentos
adequados, não conseguem atender a demanda existente. Porém, acontece
também em hospitais particulares, que funcionando como empresas
capitalistas, barram doentes por não terem dinheiro vivo ou cheque no
momento do atendimento.
Isso acontece cotidianamente, sem nem ser noticiado. Precisou acontecer
com um alto funcionário do governo federal para chamar a atenção do
poder público. O secretário de Recursos Humanos do Ministério do
Planejamento, Duvanier Paiva Ferreira, morreu na manhã de quinta-feira
(19), aos 56 anos, na porta de um hospital particular de Brasília.
Após sofrer um infarto agudo do miocárdio quando estava em casa, foi
levado aos hospitais Santa Lúcia e Santa Luzia, ambos particulares. Mas,
sem um talão de cheques em mãos, para dar o chamado cheque caução, teve
o atendimento negado. Ele era conveniado da Geap, plano não coberto
pelos dois hospitais. Quando chegou ao Hospital Planalto, o terceiro na
busca por uma emergência, o quadro já estava avançado e os médicos não
conseguiram reanimá-lo.
Dilma ficou brava
A presidente Dilma Rousseff ligou na noite dessa quinta-feira (19) para
pedir que o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, investigue se houve
negligência no atendimento. O Ministério da Saúde informou que a Agência
Nacional de Saúde Suplementar vai investigar o caso.
Segundo a assessoria da Presidência, Dilma Rousseff telefonou para o
ministro na noite de ontem quando soube que o secretário havia procurado
os hospitais e não havia sido atendido porque não possuía um talão de
cheques. Ela determinou que o ministro fizesse a apuração do ocorrido.
Padilha contactou a ANS nesta sexta-feira (20) pela manhã e pediu para
que a denúncia fosse investigada.
A ANS, que fiscaliza os planos de saúde, irá verificar se houve alguma
irregularidade na Geap, convênio ao qual pertencia Duvanier. Será
investigado se o convênio com os hospitais referidos foi suspenso sem a
devida notificação à agência.
Duvanier era o responsável pela gestão dos servidores públicos federais e o homem forte da presidente Dilma Rousseff para liderar as negociações com sindicatos e demais entidades representantes do funcionalismo.
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