sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

10/02/2012 - 18h07
PT não pode sucumbir às 'alianças fáceis', 
diz Rui Falcão

SIMONE IGLESIAS, MÁRCIO FALCÃO

Ao discursar nesta sexta-feira em encontro nacional do PT, o presidente do partido, Rui Falcão, criticou indiretamente a possível aliança do partido com o PSD do prefeito Gilberto Kassab, em São Paulo.

"É importante que não sucumbamos à tentação de fazer alianças fáceis que quebrem a nitidez do nosso compromisso. Temos que manter o fio condutor da diretriz do nosso projeto", disse.

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Durante a tarde, vários petistas se manifestaram contra eventual apoio de Kassab à candidatura de Fernando Haddad na capital paulista.

Em entrevista, logo depois do discurso, Falcão minimizou a indireta. Disse que não iria manifestar sua opinião pessoal quanto à aliança para não "estabelecer falsas polêmicas" e condicionar opiniões.

Disse que o partido vai tomar uma decisão sobre o assunto dia 2 de junho, em convenção.

Sobre a presença de Kassab durante o encontro, Falcão disse que ele foi convidado a exemplo de todos os outros presidentes de partidos da base. Afirmou que não sabia se a senadora Marta Suplicy se ausentaria do encontro e que não acredita que ela ficará fora da campanha eleitoral deste ano.

"A companheira Marta tem participado de todas as nossas campanhas. Mesmo antes de ser parlamentar, ela se engajava nas campanhas do PT. Foi importante, inclusive, para o crescimento do PT na cidade de São Paulo. Então, essa avaliação da participação dela, do momento, das condições, ela é que tem que fazer."

O deputado Ricardo Berzoini (SP), que já presidiu o PT, afirmou ser contra a coligação com o PSD. "Sou contrário porque passamos sete anos defendendo posições antagônicas e acho que não tem coerência", disse.

O senador Eduardo Suplicy (SP) saiu em defesa de Marta, que afirmou nesta quinta-feira (9), em reunião do diretório nacional, que temia acordar de mãos dadas com Kassab.

"Eu acho que ela [aliança] é um pouco difícil, dados os objetivos um pouco diferentes (...). Nas 33 caravanas do PT, o tom foi sempre de muita crítica e oposição àquilo que acontece na gestão Gilberto Kassab. Não acho tão fácil [a militância aceitar a aliança]."

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