Paulo Teixeira vê insensibilidade social de Kassab
em ação na Luz
São Paulo – O
deputado federal Paulo Teixeira (SP), líder do PT na Câmara, lamenta a
ação conjunta da Prefeitura de São Paulo e do governo estadual contra
usuários de drogas na região da Luz, centro de São Paulo, também chamada
de cracolândia.
“Essa cena
dantesca de tratar usuário de droga com polícia, sem ter feito durante
esses oito anos a reabilitação deles, sem ter criado centros de
convivência, de reabilitação, de atenção”, lamenta o parlamentar em
conversa com a Rede Brasil Atual sobre a política de
habitação de Kassab. “Foi uma visão elitista aqui na região central, que
poderia ter sido respeitosa com os mais pobres e não foi.”
Desde o último dia
3 a Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana realizam uma ação
repressiva na chamada cracolândia. Até aqui, quatro pessoas foram presas
em 860 abordagens policiais, muitas delas registradas em imagens de
violência. De 73 ditas abordagens sociais, quatro resultaram em
encaminhamentos para hospitais. A falta de uma intervenção social é
fruto de críticas, inclusive de veículos de comunicação alinhados ao
governo do estado ou à prefeitura, que têm visto a operação na Luz
simplesmente como uma tentativa de empurrar o problema para longe da
área que a administração de Kassab deseja rebatizar de Nova Luz, com
mudanças urbanas nos quarteirões do antigo centro.
“O que está
acontecendo na Luz é uma série de equívocos. Entraram em um processo de
gentrificação, de favorecer o mercado imobiliário em detrimento de
organizar um serviço de atendimento aos usuários de droga, aos
profissionais do sexo”, critica Teixeira, que vê “baixa sensibilidade
social” nos projetos de Kassab para o centro da cidade.
Em entrevista
coletiva na última quinta-feira (5), os envolvidos na operação batizada
por Centro Legal defenderam a intervenção, garantindo que ela será
seguida por uma fase de atuação social e de saúde. A secretária
municipal de Assistência Social e vice-prefeita, Alda Marco Antonio,
estima que dentro de 30 dias serão abertos na região centros de
atendimento e internação de usuários de droga. De acordo com a Polícia
Militar, o momento é de “quebrar” o tráfico na região.
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