Acadêmico canadense sugere Lula para o Banco Mundial
Por Agência Estado - 17 de Fevereiro de 2012 In: http://wwwterrordonordeste.blogspot.com
O próximo presidente do Banco Mundial deveria ser o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. A sugestão é do professor de Ciência Política
Gregory Chin, da Universidade York do Canadá, em artigo publicado na
edição de hoje do Financial Times.
"Estão crescendo as demandas para que se rompa a tradição de 65 anos de
selecionar automaticamente um americano para ser o próximo chefe do
Banco Mundial", escreve o acadêmico. Lembrando a reivindicação dos
países em desenvolvimento, de ter maior representação nas instituições
internacionais, Chin cita uma declaração do ministro da Fazenda, Guido
Mantega, de que "nosso objetivo é que os países emergentes tenham a
mesma chance de competir pela liderança dessas organizações
multilaterais".
"Mantega não precisa olhar longe. Que tal Lula?", pergunta o autor do
artigo. "Sob a liderança de Lula, o Brasil entrou na crise financeira
forte e bem governado, e emergiu dela mais rapidamente do que a maioria
das economias avançadas. Enquanto isso, seus bancos e multinacionais
continuaram a ascender nos rankings globais. Lula foi um dos líderes
mais carismáticos do Sul Global ao longo da última década. Seu perfil
foi robusto nas cúpulas do G-20, acusando aqueles que administravam mal a
economia mundial e demandando reformas para corrigir arranjos de
representação ultrapassados no sistema econômico global", prossegue o
texto.
Chin acrescenta que as credenciais de Lula "como campeão das economias
em desenvolvimento são fortes. Ele viajou pelo mundo, defendendo laços
Sul-Sul mais fortes, inclusive com a África e dentro dos Brics, e deu
seu apoio a fóruns regionais na América do Sul. Ele demandou mais voz
para os países em desenvolvimento nos processos de tomada de decisões
globais e de estabelecimento de agendas. Lula é respeitado por
formadores de opinião no Norte. O Brasil fez contribuições substanciais
para instituições multilaterais, para o sistema das Nações Unidas, dando
mais do que a China para a Associação Internacional de Desenvolvimento
(IDA), o fundo do Banco Mundial para os países mais pobres".
O acadêmico ressalva que "a nomeação do ex-presidente brasileiro não
resolveria por si mesma os desafios de legitimidade que o Banco Mundial
enfrenta. Embora os problemas de credibilidade do banco não sejam tão
severos como os do FMI, não se pode esquecer que foi apenas quatro anos
atrás que o banco nomeou seu primeiro economista-chefe do mundo em
desenvolvimento - da China".
O artigo diz ainda que "com Lula como presidente, o banco seria liderado
por alguém que lutou corajosamente pela democracia, pela igualdade e
pela justiça social. Haveria acordo, pelo menos nesse nível, em torno de
um bom modelo de governança".
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